Abertura: 14 de abril às 18h
Local: Bahvna Espaço Cultural 
Curadoria: Justino Marinho e Ligia AguiarObjetos  Transformados
Movida pelo prazer de  colecionar pequenos objetos encontrados no dia a dia, em casa e em locais por  onde passava ou freqüentava, Elisa Galeffi, ainda muito jovem, descobriu que as  suas possibilidades criativas estavam além de desenhar e pintar, atos que  praticava com regularidade.
Com os objetos colecionados  costumava realizar composições ordenadas, inicialmente, pelo impulso da  imaginação e do prazer. Com o passar do tempo e o ganho de conhecimento, suas  composições foram se tornando uma espécie de delicadas e sutis arquiteturas de  memórias ou crônicas visuais do tempo presente.
Caixas de madeira ou vidro  passaram a abrigar histórias da sua infância e  adolescência,  contendo situações românticas, dramáticas, de  alerta, de ironia e de bom humor, onde objetos  simples,  desprezados cotidianamente, assumem uma nova contextualização e viabilizam ao  espectador uma reflexão sobre o universo de pensamento da artista.
Além de suas construções  formadas com vestígios do cotidiano, paralelamente, Eliza produz pinturas sobre  objetos como bacias e formas de pizza, colagens e fotografias, sempre inspiradas  por uma visão refinada, particular e bastante apurada. 
Certamente que, com a  qualidade que possui suas realizações e com um currículo rico em experiências na  área de restauração, estamparia, desenvolvimento de oficinas com materiais  recicláveis, criação de objetos de arte aplicados para moda e decoração, além do  convívio com professores e artistas no Parque Lage, Rio de Janeiro, a obra de  Elisa Galeffi merece toda atenção e respeito.
Justino Marinho
 O ALEGRE MUNDO DE  ELISA
Ausente da cena  artística de Salvador, desde 1991, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, a  artista baiana Elisa Galeffi, retorna agora e retoma o seu lugar até então  adormecido. Com a mostra SÉRIES, nos brinda com objetos, pinturas e fotografias,  realizados entre os anos 2000 e 2010.
Expõe a sua delicada poética  e deixa exposto o talento para resignificar o óbvio. Reinventa a partir de  materiais colecionados ao acaso. Tira partido da fotografia com as surpresas  encontradas em caminhadas habituais pela urbe, onde brinca com o jogo de luz e  sombra sobre os resíduos descartados. O resultado é de uma riqueza de forma e  cor, formando belas e contemporâneas composições.
A sua verve duchampiana  dá um novo sentido às coisas tiradas da sua função, como as formas hexagonais  destacadas pelo equilíbrio de cores, formadas com tampas de garrafas pet; a  série de relógios com suporte de bacias de alumínios, nas quais Elisa nos  envolve e nos leva a querer parar o tempo em  nossas lembranças  juvenis. 
Da sua natureza cordial  e bem humorada surgem os objetos com um refinado humor. É o caso dos Filhos  da Placa Mãe, e do ótimo e ambíguo título de um dos trabalhos:   Ishtar, a Deusa do Amor e Sua Aranha Devoradora de  Corações.
A artista mexe com a  sua memória afetiva e o seu bem estar, para nos deliciar e prender com as tramas  coloridas dos minuciosos objetos de impecável fatura. Na maioria, são trabalhos  que denotam a sua preocupação com o meio ambiente, e um olhar atento para o novo  e o inesperado.
Lígia Aguiar
                                                                                                    
 
