O
artista André França acaba de lançar o fotolivro "Vanishing".
O
livro apresenta todas as fotografias da série “Vanishing” e traz
textos sobre
a série e sobre a produção geral do artista escritos pela
crítica, curadora e professora de História da Arte da EBA/UFBA
Alejandra Muñoz, pela curadora e fotógrafa norte-americana Aline
Smithson e pela artista visual norte-americana Frances Jakubek, em
edição bilíngue (português/inglês).
Série
fotográfica “Vanishing”:
www.andrefranca.com/vanishing/vanishing1.html
Fragmentos
de dois textos presentes no livro:
“André
França retoma um tipo específico de natureza morta, a vanitas, uma
variedade de natureza morta alegórica na qual os objetos
representados aludem à efemeridade da vida humana e das coisas
materiais. A denominação remete ao célebre versículo latino de
Eclesiastes, “vanitas vanitatum, et omnia vanitas” que, em
tradução livre, significa “vaidade das vaidades, é tudo
vaidade”. Em geral, a vanitas apresenta relógios, livros, jóias,
moedas e outros objetos evocativos dos valores transitórios dos
homens. Tradicionalmente, a introdução de uma caveira remete, de
modo explícito, para a ideia da morte ou memento mori (“lembra-te
que morrerás”), reforçando a finitude da nossa existência ante
toda e qualquer preocupação.” (Alejandra
Muñoz)
“Como
mulher, eu interpreto essa obra de diversas maneiras. Para mim, é
sobre perda, sobre se tornar invisível, sobre nossa cultura centrada
na juventude e o desejo de reverter o tempo. Na infância, essas
bonecas eram modelos para a minha futura feminilidade adulta,
oferecendo ideais de moda e beleza, e, ao olhar as imagens de André,
sinto que esses totens estão sumindo, congelados no tempo e
inacessíveis à interação futura, como se fosse hora de nos
afastarmos desses símbolos inalcançáveis da perfeição.
Porém,
de modo mais importante, a obra também me lembra aquelas que se
perderam devido à negligência, ao abuso e ao homicídio. O trabalho
é uma poderosa declaração sobre a falta de reverência pelas
mulheres em todo o mundo. As fotografias revelam mulheres
simplesmente como objetos a serem descartados e dispensados, sem
nomes nem rostos, afastados e voltados para baixo. Esta obra provoca
um importante debate sobre poder, sexo e controle.” (Aline
Smithson)
A
série fotográfica Vanishing
(2010) vem recebendo reconhecimento nacional e internacional: em 2010
a série foi selecionada para apresentação na Leitura
de Portfólio promovida pelo 2º
Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo,
promovido pelo Itaú Cultural;
em 2010 duas fotografias da série foram selecionadas para a
participação na X Bienal do
Recôncavo, umas das fotografias
recebendo Menção Especial do Júri
daquele evento; em 2011 a série foi publicada na revista on-line
10x15,
editada em Madrid e dedicada à fotografia contemporânea; em 2011 a
série foi publicada no blog Lenscratch,
editado em Los Angeles e considerado pela Wired.com
como um dos 10 melhores blogs dedicados à fotografia contemporânea.
O
fotolivro “Vanishing”
é o resultado do projeto homônimo contemplado pelo EDITAL Setorial
de Artes Visuais (nº 11/2012), realizado pela Fundação Cultural do
Estado da Bahia.
Saiba
mais sobre o artista: