Em residência artística
na Bahia pelo Goethe-Institut, Grada Kilomba apresenta em Salvador obra integrante da 32ª Bienal de São Paulo e conversa com o público a partir de suas criações
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Na próxima
terça-feira, 29 de novembro, às 19 horas, a escritora, teórica e artista
interdisciplinar portuguesa Grada Kilomba realiza a segunda de uma série de conversas
públicas na capital baiana, tematizando, desta vez, o “Presente”, a partir da
apresentação da sua videoinstalação “The Desire Project” [O Projeto Desejo],
atualmente em exibição na 32ª Bienal de São Paulo. O diálogo, com entrada
gratuita, será mediado pela historiadora e capoeirista baiana Janja Araújo, ocupando
o Pátio do Goethe-Institut Salvador-Bahia, que acolhe Kilomba como participante
do Programa de Residência Artística Vila
Sul.
O trabalho
de Grada Kilomba, focado em questões de gênero, raça, trauma e memórias, tornou-se
internacionalmente conhecido por explorar formas de descolonizar o conhecimento
e por trazer textos teóricos e políticos em cena, criando um espaço híbrido
entre linguagens e formatos – que variam desde publicações a leituras cênicas,
filmes, performances e videoinstalações. “Eu estou interessada em contar
histórias, histórias que foram silenciadas durante séculos e que ainda se
refletem na minha biografia”, conta a artista.
Em sua
primeira conversa pública em Salvador, ela lotou o Teatro Vila Velha, no último
dia 21 de novembro, para falar do “Passado”, refletindo a obra “Plantation
Memories”, que expõe a violência e o trauma do racismo diário a partir de
entrevistas com mulheres negras.
Agora,
Grada Kilomba se posiciona quanto ao presente com aquela que é descrita como
uma das obras mais importantes e reveladoras da Bienal de São Paulo deste ano.
“The Desire Project” [O Projeto Desejo] (2015-2016) é formada por três vídeos
simultâneos compostos por apenas textos, revelando questões pós-coloniais: quem
pode falar, sobre o que se pode falar e o que acontece quando falamos. A instalação
é acompanhada pela presença de um altar dedicado à Escrava Anastácia, fazendo referência
à dificuldade de ter uma voz no presente. Grada também vai mostrar, com
exclusividade, imagens da realização deste projeto.
Depois
desta edição, a conversa final, “Futuro”, será no dia 5 de dezembro, novamente
no Teatro Vila Velha, com base na performance “Illusions” [Ilusões] (2016), que
estreou na mesma Bienal.
RESIDÊNCIA EM SALVADOR – Grada Kilomba está em Salvador desde o último dia 25 de outubro e
permanecerá até meados de dezembro, como residente da Vila Sul do Goethe-Institut
Salvador-Bahia, a terceira residência artística no âmbito geral das
159 unidades do Goethe-Institut existentes no planeta, e primeira e única da rede no “sul global”, abaixo da Linha do Equador. A
proposta do programa é fortalecer interlocuções entre o Brasil e demais países
do hemisfério Sul a partir da presença de artistas de todo o mundo. A vinda dos
residentes se baseia no seu interesse genuíno em questionamentos que abordem
perspectivas do tema ou que promovam o diálogo entre países deste hemisfério. Além
de vivenciar a cidade e o estado, os visitantes têm contato com produções e
agentes culturais locais, num intercâmbio de referências, experiências e
conhecimentos. Kilomba participa como bolsista da
Robert Bosch Stiftung, uma das maiores fundações corporativas da Alemanha,
parceira do Goethe-Institut.
CONVERSA COM GRADA KILOMBA #2:
PRESENTE
“O PROJETO DESEJO” – Videoinstalação
Quando: 29 de novembro (terça-feira), 19h
Onde: Goethe-Institut Salvador-Bahia
(Av. Sete
de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)
Quanto: Gratuito
Mediadora: Janja Araújo – Formada em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA),
tem mestrado e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra
de Capoeira Angola, é cofundadora do Instituto Nzinga de Capoeira Angola, uma
organização comprometida com o enfrentamento ao racismo e ao sexismo, dentro e
fora da capoeira, com núcleos em Salvador, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e
também fora do Brasil (Moçambique, Alemanha, México, Japão, Colômbia, Inglaterra). Aliando
vida acadêmica e artivismo, é, na UFBA, professora do Departamento de Estudos
de Gênero e Feminismo e coordenadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares
sobre a Mulher (NEIM).
Site: www.goethe.de/bahia
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