A alma infinita de tudo | Texto crítico


Totalmente lowbrow! Foi esta a palavra-chave que me veio à mente ao adentrar a Galeria ACBEU para visitar a exposição “A alma infinita de tudo” de Luiz Claudio Campos e José Henrique Barreto.
Logo na leitura do texto curatorial assinado por Viga Gordilho ganhei ali o ticket para o Teletransporter e assim fui enviada para o país do Surrealismo Pop com direito a passar por um Mercado de pulgas onde amuletos decorativos obsoletos ganham vida em cápsulas (refiro-me às molduras de vidro abaulado, onde parece guardar oxigênio).
O ar tem cheiro retrô e apesar das paredes brancas, a coleção beira o dark evocando o mistério dos brinquedos antigos quase empalhados numa alusão às sutilezas que pululam por entre a superfície sentimental, nostálgica e inocente do kitsch moderno.
Pensei imediatamente em Mark Ryden e Tara Mcpherson principais ícones deste movimento que certamente se identificariam com estas obras. E por falar em identificação, senti falta de descritivo técnico nas mesmas. Mas, seria também intencional este mistério?
No mais, é admirar o perfeccionismo sintético da expografia em sincronismo com o imaginário fantasioso que perpassa esta mostra inusitada e ao mesmo tempo oportuna no que cerne à memória e ao afeto.

Andrea May
Artista visual e curadora independente
01/02/18





PS: A mostra segue em cartaz até o próximo dia 23 de fevereiro com visitação de segunda a sexta das 14 às 20h e sábado das 16 às 20h na Galeria ACBEU no Corredor da Vitória.
A entrada é franca.